domingo, 17 de agosto de 2008

Aqui vai (again)... Z me passou essa praga, de novo, com novas perguntas, (um alívio):

- Amaldiçoar 8 pessoas.
- Avisar aos amaldiçoados sobre a maldição.

1 - Qual a sua banda preferida? Quantos shows dela você já assistiu?
Detesto essa coisa de favoritos, porque geralmente tenho uma penca... Vai lá: Linkin Park, The Exies, Silver Chair, Fort Minor, Adema, Deftones, Pink Floyd, Red Hot Chilli Peppers, The Beatles... puta, uma caralhada... Depende o dia, a hora. Nunca fui a show de banda estrangeira.

2 - Quem é o seu autor favorito? Quantos livros dele você já leu?
Novamente. Vários. No Brasil tenho 2 preferidos: João Guimarães Rosa (3 livros) e Érico Veríssimo (tb lembro de 3 livros). Para literatura estrangeira: Shakespeare (eterno! hmmm acho que foram mais de 5), Jack London, Saramago, Ítalo Calvino, Stephen King (tb uns 4 livros, não sei mesmo), Marion Zimmer Bradley (mais de 6 com certeza), Umberto Eco (uns 5, contando ficção e ensaios sobre estética e literatura), Ernest Hemingway, Arthur Rimbaud (2 livros).

3 - Acredita em vida extraterrestre?
Acredito em se ocupar com o que temos aqui e parar de buscar desculpas para fugir às nossas responsabilidades... Nossa Gaia precisa de toda nossa atenção, não há porque gastar tanto dinheiro e esforço se temos nosso Planeta tão desconhecido e tão maravilhoso bem junto e muito necessitado de nosso empenho para restaurar o que nós lhe fizemos. É infantilice procurar fuga nas estrelas.

4 - Cerveja ou coca-cola?
Nenhum dos dois - suco ou sakê, vinho, espumante, etc. Se tiver mesmo que escolher: cerveja, bem gelada e bem forte - Bavaria, edição especial Confraria, adorei essa.

5 - Sexo ou amor?
... Ai que enjoado isso. Guardo amor, é a prioridade. Demorei a aprender, mas hoje não gasto mais meu tempo caçando, sei o que é realmente que fica, o que me faz falta. Não vivo sem as pessoas que amo, mas posso viver sem foda. Até porque existem muitos prazeres além da cama a dois... ^ ~

6 - Chão ou parede?
Na parede é uma delícia... oO#

7 - Som alto ou música ambiente?
Muito alto e muito intenso. Acho que por isso adoro ir a clubes com os amigos!

8 - Signo preferido (exceto o seu):
Câncer. Eu tenho uma terrível queda por pessoas deste signo... é paixão à primeira vista.

9 - Quantas pessoas já beijou?
Seria um número decepcionante. Digamos que menos das duas mãos cheias...

10 - Com quantas(o) namorou?
Se for a sério: 1 única, com quem vivi, tive um filho e me arrependi enormemente (não do filho, bagual!). Tive também dois "casos" depois de estar solteira de novo, mas não gosto de dizer "namoro". Não deram certo.

11 - E quantas(o) amou?
... Não só esses três... Amo muita gente e meu amor é um tanto exótico. Tem muito erotismo no meu amor, mesmo com amigos e familiares (exceto os de sangue próximo demais)... Também tive vários amores platônicos. Ainda tenho, hoje mesmo, no mínimo 3 amores platônicos fora minhas paixonites familiares...

12 - O que anda ouvindo?
Um monte de mp3s que a mana e o mano me passaram, mais The Exies e chegados, Nujabes (muito) e Fort Minor / Linkin Park.

13 - O que anda lendo?
Atualmente: "Chryst The Lord - Out of Egypt" da Anne Rice, edição pocket em inglês, recém comprada. É uma ficção sobre a vida de Cristo, sua infância. Também lendo vários gibis: Nana, Berserker, Hellsing, Bleach, Seton, One Piece, Stephen King's Dark Tower, Fábulas (Pixel). E tenho gostado do que leio em Piauí, National Geographic. Zupi - maravilhosa, sobre arte!

14 - O que anda comendo?
Comida congelada, porque volto tarde do trabalho. No almoço, em geral, comida vegetariana (na maioria) ou lanche rápido. Adoro quando me permito comer no Du'Attos em POA.

15 - O que anda assistindo?
As Terríveis Aventuras de Billy e Mandy, Chowder. A Prova de Tudo, no Discovery. Filmes no HBO. Pânico, as vezes. Filmes redublados ma MTV. Adorava a série Em Terapia, mas terminou a temporada...

16 - O que anda fazendo?
Me estressando demais no trabalho. Pagando contas e mais contas. Escrevendo muito, experimentando estilos, efeitos, porque quero estar afiada para retomar meus projetos de livros.

17 - Ritmo, cor, fruta e bebida:
Ritmo: Intenso, vigoroso. Um bom rock, ou techno, ou hip-hop, ou jazz, ou ópera, ou sonata...
Cor: Negro, verde, vermelho.
Fruta: Amoras silvestres.
Bebida: Sakê de flores.

18 - Uma mulher, um homem e uma criança:
Minha mana. Meu mano. Meu filho.

19 - Lugar, época e saudade:
Lugar: Uma vila medieval, na Espanha, com direito a castelo. Uma floresta no Japão.
Época: O início do homem, quando ainda éramos um só com a Natureza, e ela era nosso Mundo. A honestidade e a simplicidade da Grécia Antiga. A fé e a honra do Homem Medieval. A rebeldia dos Românticos contra a Razão da Idade Moderna. O hoje, como lugar de luta e transformação, como um lugar de alternativas e oportunidades para uma mulher como eu, e de estrutura, para meu filho.
Saudade: Da minha infância, primos, brincadeiras, tanto verde e peraltices, sonhos, tantas coisas divididas e certezas, minha Vó cercada por suas filhas e netos nos Natais, nas Páscoas... Meus amados, cada vez que não os vejo. Minha gata siamesa.

20 - Com quantos anos você aprendeu a viver?
Acho que aprendemos continuamente. Dizer que já aprendeu a viver é dizer que está petrificado, que está morto de olhos abertos... Acho que aprendi sobre solidão e sofrimento com cerca de 4 anos. Sobre responsabilidade com 6 ou 7, cuidando meu mano. Sobre meu poder com palavras com uns 12 anos. Sobre decepção com amor com 15. Sobre os fogos da paixão aos 17. Sobre maternidade com 24. Sobre levar a sério os sonhos com 25. Sobre ter dignidade e exigir respeito aos 29. Sobre tocar minha vida como quero, só agora.

Amaldiçoados:
Hahaha, deixo que você mesmo escolha se quer essa maldição para você. Não esqueça de me avisar do seu questionário com um link no comentário.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

... e Deus fez a mulher...

Sangue...
O cheiro ferroso encheu sua boca, e então o acre de fezes e o pesado aroma de carne putrefata e tripas expostas. A mistura enovelou-se por suas sinuosas, longas, fosssas nasais. Deitou-se sobre sua língua... Ash rilhou os dentes - a sanha de matar transbordava por sua espinha, parecia que ia inundar seu cérebro, pulsando e fervendo dentro de seu crânio. Todos mortos...

Tensionou-se. Não sou mais um deles... Forçou sua consciência a subir de protocolo - Assegurar o perímetro. Procurar sobreviventes. O olho cuidou seu parceiro, os sentidos rastreando o ambiente - Protegê-lo - isso deve ser mais importante que eliminar inimigos.

A mão direita balançava inquieta perto do coldre da adaga - Banshee. Libertou o chicote da presilha em sua cintura. E passeava com os dedos pelo cabo emborrachado, como se acarinhasse a cabeça de seu wolfhound, para mantê-lo quieto até o calor da caçada. Espere... o momento certo... O impulso de matar ia e vinha como um tic tac constante em sua cabeça.

Na escuridão da cabine, mais corpos. Drako avançava. Já ele, se continha. Então, a quebra. Movimento. Som. Um pico de adrenalina. Refreou-se por completo, pois empunhara a arma e seu espírito disparava para aquela lona: viu-se puxando-a e aniquilando quem quer que fôsse ali debaixo.

Não foi o que fez... Manteve-se estacado. Vigiou Drako. Ele destapou-a. Poderia cortar o ar e estar lá a tempo de impedi-la de tocá-lo? Engoliu em seco. Só faça algo, se tiver certeza . Encurtou distância. Ela preencheu sua vista. Branca, o corpo formando um nó apertado sobre si mesma. Os cabelos como uma serpente de cobre enrolados em sua pele exposta. Eva e a serpente no Paraíso... Coágulos por todo seu corpo. Percebeu um som, um ritmo que lhe agradava - e então, finalmente, soube que ela também tinha dois corações. Duas batidas. Como "ele". Franziu o rosto. Acusou-a.

Seu companheiro - isso era bizarro - a oferecera a ele. Dar-lhe uma chance... Arregalou o único olho encarando-o na face depois detendo-se na mulher, chocado... Uma chance?... Como a que nós tivemos?... Estava contrariado, mas cedeu.

Levou-a até a praia. Olhou o Sol e depois ela, de soslaio. Viu dúvida nos olhos dela, talvez um pouco de medo, ou só confusão. As memórias invadiram sua mente. Verdade, ela era uma fêmea, como aquelas que ele jamais tratara bem... Estava frio, estava exposta. Ela repetia as mesmas palavras: "dor, dor" pedia que ele fizesse parar. De repente, abaixou-se na areia e escondeu-a protetoramente num abraço...

Sua voz tornou-se suave - ah, ele era um predador perigoso, camuflava-se para ganhar sua vítima. Podia mimetizar os humanos e ser incrivelmente sedutor e civilizado... Estaria usando de tática, ou realmente querendo ser gentil com a sua carga?... Perguntou a ela sobre o ferimento em seu peito sob as faixas de gaze. Amnésia, ou algo assim.

Lágrimas cintilando entre os cílios. "Desculpe, não estou fazendo direito... E você... está só me dando nos nervos!" Ela aceitou o tubo e tomou-o em muitos goles sofridos. Sentiu traição nele tão logo o efeito se iniciou, mas, para o pior ou o melhor confiou na resposta dele. Os humanos vieram - seria ruim se uma confusão começasse ali, e por isso os manteve longe dando-lhe uma tarefa... Primeiro, saber mais dela.

Frustração. Era o que lia no rosto do companheiro de andar pesado, que chegava. Sem mais sobreviventes, sem respostas, ao que parecia. Ia iniciar um interrogatório, mas a garota entrou em pânico - o emblema da Companhia no ombro do loiro. Teve de revelá-los a ela, mas isso realmente não importava manter em segredo. E novamente ela acreditou nele o suficiente. Mas não tinha informações.

Ondulações no humor de Drako. Ash escutava-o. Percebia preocupação e mal-estar. Revelou o que encontrara no cargueiro. Um sinalizador da Shinra. Iria atrair as vespas contra eles. Tinham aquela incógnita com eles, mas a possibilidade de um novo ataque a Condor Fort era mais pungente que desconfianças. Ela estava agora avisada. O Ex-Soldier formalizara tudo que ele planejara, antes de deixá-los a sós, uma segunda vez, incomodado.

Ante o olho amarelo que não a perdia um milésimo de segundo, ela parecia fragilizada e só. Ficou observando-a vestir-se e acompanhou seu olhar: as crianças a atraíam. Franziu a testa. E desta vez, Ike entrou em seu círculo de ação. Retesou-se de novo. Nada poderia acontecer àquele garoto. Permitiu que ele oferece-lhe sua ajuda e esperou que ela rejeitasse, para então afastá-lo também, à revelia.

Ela tinha um nome, diferentemente dele: Ane Marie. Chamou-a por ele e começou a triá-la mais fundo. Começou por ofertar-lhe algumas respostas sinceras. Cachimbo da paz. Em troca, ela dispos-se a unir-se aos rebeldes. Ash cutucou-a: mais uma vez só a verdade. Ela reagiu. A voz doce e quente ressoou em seus tímpanos, cada inflexão, o timbre, o gênio forte e determinado sibilando em cada sílaba.

Sorriu e desviou o rosto lívido, aprovando.

Não queria gostar dela.

Ia precaver-se.


My girl, my girl, don't lie to me,
Tell me where did you sleep last night?

In the pines, in the pines
Where the sun will never shine
I would shiver the whole night through