quinta-feira, 8 de outubro de 2009

... sobre um chaveiro, uma fera e um fantasma...


Um pequeno mundo... Respirações flutuantes... Um céu artificial de pensamentos turbulentos na escuridão... Raias de luz... Outros mundos, lá fora... Outros mundos, em cada um, aqui dentro... Separações que dóem, no presente. Do passado, coisas findas que insistem em voltar. Mas quem abre as portas e tenta dialogar com elas, hm?... Será que você, guardião das chaves... pode me dizer... num sussurro?...

Ela está aí... por você...
Deitas a fera de veludo longe, desta vez... Não penses que ela não percebe... E a outra... você a traz e a coloca em local privilegiado... tão próximo ao seu coração... Aos sentidos da fera, pouca coisa escapa... Há grilhões farpados ao seu redor... creia... a pequena fera pode vê-los... farejá-los subindo de sua mente... E eis que se ergue e te interpela, essa pequenina, quase inofensiva. Chaveiro, há nesse turvo, malte denso de tuas íris, na pupila que fere, um convite feito por ela mesma, portanto é em vão que tentas apartar teus olhos dos passos macios da tua visitante... Ela reconhece ali, apesar da intensidade dos avisos, uma paisagem que lhe convém... Que lindas estrelas em teus olhos e quanto de profundo é o lago de teus sentimentos... A floresta de teus sonhos, mesmo sombrios, e os cheios de música também... A pradaria do teu peito... E os sinos brilhantes do teu riso... Surpreso?... Não... não houve mal algum... nem medo que não fôsse o medo de pisar cedo demais na seda da tua alma... e lá aninhar-se com fúria e propriedade... antes que tu pudesses de bom grado aceitá-la...

Sim... a fera também não o quis... agora... mesmo que tenha se visto tentada... ela sabe aguardar...

Não há problema em sentir-se mal... em sentir falta... até mesmo em sentir culpa... Está tudo bem... Essa que está ao teu lado, em carne, e segura-lhe a ponta dos dedos frios... veio com intento de ficar - mesmo que tu andes pelos vales da solidão - envolta no amor que cultiva por ti... te segue... Ainda que tu desprezes andar de mãos dadas... e queira ir só com este fantasma que convocas... Ela não desistirá de ti... Tu dizes ao vento: "eles é que me abandonam" mas esse coração rubi que te persegue, retruca: "tu me aplica a política do distanciamento gradual... já vi isso, por outros olhos... não... dessa vez eu estou preparada... não, desta vez tu terás que dizer com todas as letras, se quiseres que eu me vá"...

Tu pensas proteger ao negar... Tu pensas cumprir tua pena ao sofrer... Tu pensas um dia ouvir o perdão se perderes tudo em nome de igualar-te a outra que tudo perdeu... É isso mesmo que queres, chaveiro?... O que deixará aqueles que ficam, por ti?... Em nome do que o fazes? E se tu estiver profanando o descanso dessa alma... formando de memórias e mágoas esse espectro emulado... E se esse alguém já te disse "adeus" e te perdoou na linha branca, soleira do intangível, e se foi?... Por que colocas tanta maldade em um véu de finitude, hm?...

Ah... te digo, chaveiro: a única dor dela é saber o quanto te demoras a romper aqueles grilhões.. Por que? - te perguntas... Veja... A benção maior, tu a tens... O ar, em teus pulmões... Há campos se florindo ao teu redor... e o Sol nasce para ti, te chamando manhãzinha... e o que há de doce, está na palma de tua mão, ao alcance dos teus lábios... Que tal abrir a porta do amanhã, ao invés da de ontem?... Talvez não haja mais o que buscar lá, entendes?... O tempo nos leva e só o que temos é o hoje e a preparação do que colheremos, então plante hoje teu caráter, faça hoje teu gesto de amor, reveja de hoje tuas atitudes, cativa hoje teus amigos... Não te enganes... Não mexemos no passado - eu já tentei...

Dobras de tempo... Silêncio... Palavras que vão e voltam, sibilando ternamente, equilibradas num tênue bailar de cordas vocais sufocadas... Palavras em resposta onde queria-se somente... confiança... e aceitação... há quantas luas?... Palavras... navegando vazias dessa praia até tua rebentação, chaveiro... e ela, que escreve em areia macia, sabe, não se importa, não se deixa enganar... tu as lê... e se preferes retirar-te, ao invés de nadar em sua direção... ou mandar a ela garrafa cheia só de letras tuas para ela saciar a sede, ela perdoa... e com a mesma dedicação... volta a caminhar, em paralelo... sem odiar-te... ou esquecer-te...

A pequena fera se deixa dormir... e acordar... se deixa abandonar... e voltar ao teu colo... se deixa caçar a comida pro seu dia vasto e silente... e seguir teu rastro ainda quente... ela sabe o que tem... e o que deseja ter... e mesmo que não a alimentes... descobrirá o quão persistente... essa pequena fera é...


I know that life ain't always good to you.
I've seen exactly what it's put you through
Thrown you around and turned you upside down and so you
You got to thinking there was no way out
You started sinking and it pulled you down
It may be tough you've to get back up
Because you know that life ain't over yet
I'm here for you so don't forget
You can count on me
Cause' I will carry you till you
carry on

Anytime you need someone
Somebody strong to lean on
Well you can count on me
To hold you till the healing is done
And every time you fall apart
Well you can hide here in my arms
And you can count on me
To hold you till that feeling is gone

I wonder why nobody's waiting on you
I'd like to be the one to pull you through your darkest times
I'd love to be the light that finds you
I see a silver lining on your cloud
I'll pick you up whenever you fall down
Just take my hand and I will help you stand

Because you know that life ain't over yet
I'm here for you so don't forget
You can count on me
Cause' I will carry you till you carry on
Anytime you need someone
Somebody strong to lean on
Well you can count on me to hold you till the healing is done
And every time you fall apart you can hide here in my arms
And you can count on me to hold you till that feeling is
Gone so you can live today
Seems so long to yesterday
Keep on counting on me to carry you till you carry on
Carry on

You know that life ain't over yet
I'm here for you so don't forget
You can count on me cause I will carry you till you carry on

Anytime you need someone
Somebody strong to lean on
Well you can count on me to hold you till that healing is done
And every time you fall apart
You can hide here in my arms
And you can count on me to hold you till that feeling is gone
Remember life ain't over yet
I'm here for you so don't forget
That you can count on me to hold you till that feeling is gone
Remember life ain't over yet
I'm here for you so don't forget
That you can count on me to hold you till that feeling is gone.

[Count on me, by Default]

Nenhum comentário: