quarta-feira, 30 de julho de 2008

... espada e cordeiro...

And they say a hero could save us
I'm not gonna stay here and wait
I'll hold on to the wings of the eagles
Watch as we all fly away

[Hero, by Nickelback]


Havia um Mundo. Cheio de progressos espetaculares e edifícios gigantescos. Máquinas. Ciência. Um mundo que morria silenciosamente abaixo disso - ah, não o nosso, mas outro, como ele. E nesse outro mundo, chegou o Dia. Não para todos - ainda não.

O Juízo veio sobre uma comunidade isolada - uma comunidade de inimigos da Sociedade, inimigos do Progresso - disseram: terroristas, - ou seriam: libertários? Desordeiros ou inconformados? Rebeliados... ou sonhadores?... O Juízo veio numa nuvem de soldados e fuzis, bombas, rodas, rugindo como um behemoth, devastando como um tsunami.

Mas neste mesmo mundo trilhavam "eles". Correndo contra o girar da ampulheta, "seus" objetivos tangenciaram, coincidentemente, aquele instante decisivo - os últimos golpes de Golias contra Davi.

- Não existem coincidências... Deus não joga dados - não é mesmo? O Padre Ike jamais concordaria com uma blasfêmia que rebaixasse Ele a um viciado em jogos de azar...

Então, como era "seu" Destino e o dos moradores de Fort Condor, "eles" estavam de passagem por lá bem a tempo.

- Não existe destino pré-determinado. Esqueceu-se que Deus nos deu o Livre-arbítrio? Nós escrevemos nossa história, nós, os únicos a responder pelas nossas escolhas, e não as estrelas, e não o dia em que nascemos. Assim acredita o Santo Ike. Assim ele pregava aos mendigos, aos pobres, aos enfermos e aos órfãos. Assim pregara ao Assassino...

Movidos em "seu" despertar, máquina e bioróide, ombro a ombro, escudo enviado por Deus contra o poderio quase divino do agressor. Aquela entidade que drenava o Planeta. Que tiranizava-o. Shinra Corp. Shinra, o berço daqueles dois arcanjos vingadores. Desertores.

Um moveu-se em terra. Lobo. Garras e dentes fechando-se sobre o inimigo. O Executor. Que eu seja a Espada do Lorde dos Lordes e desça sobre os ímpios e se faça Justiça. E o clamor às suas costas elevou-se até o Céu e encheu a Alma do Mundo com o derradeiro sopro de seus oponentes. Não haveriam mais baixas para Condor Fort.

Um ganhou o vento. Dragão. Braços e coração abertos protegendo o povo. O Sacrificado. Que eu seja imolado no Altar por Amor a eles, meu Lorde, e eles sejam poupados. E sobre o mar resplandecente trovejou uma luz profunda afundando-se "nele". E tudo se apagou para o Herói, a Alma do Planeta o abraçou em sua queda.

Na comoção que se seguiu, comemoração e pavor. O impossível só aniquila aquele que se isola do Todo, pois quando somos Um com o Todo, o Universo está conosco. E, como um milagre, do ventre do mar ergueram-se "ambos" para a Vitória.

Em Condor Fort havia um largo sorriso no rosto "daquela" criança.
Uma oração de graças sussurrada a pleno coração.
E um sentimento que "ele" tinha de admitir mais alto.

Uma certeza.

Uma nova esperança.

Um comentário:

Joéverson Evangelista disse...

Excelente história; as narrativas nos dizem mais que permitimos supor.... quando for o caso, passe no nosso flash e d~e sua opinião...
Parabéns pelo blog!