sábado, 5 de fevereiro de 2011

... objeto experimental...



"Fases ou estados da matéria - são conjuntos de configurações que objetos macroscópicos podem apresentar. O estado físico tem a relação com a velocidade do movimento das partículas de uma determinada substância. (...) são três os estados ou fases considerados: sólido, líquido e gasoso. [1] (...) As características de estado físico são diferentes em cada substância e depende da temperatura e pressão na qual ela se encontra. [2](...) No estado gasoso, o corpo mantém apenas a quantidade de matéria, podendo variar amplamente a forma e o volume. (...) Como a cada uma destas fases de uma substância corresponde determinado tipo de estrutura corpuscular, há vários tipos de mudanças de estruturas dos corpos quando muda a fase, ou de estado de aglomeração, da substância que são feitos. (...) Mudando a pressão ou a temperatura do ambiente onde um objeto se encontra, esse objeto pode sofrer mudança de fase. (...) Vaporização - mudança do estado líquido para o gasoso. Sublimação - um corpo pode ainda passar diretamente do estado sólido para o gasoso. Re-sublimação - mudança direta do estado gasoso para o sólido (inverso da Sublimação)."


[Wikipedia - Estados Físicos da Matéria: http://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_f%C3%ADsicos_da_mat%C3%A9ria]


Mulher-objeto. O termo, cunhado pelo movimento feminista para designar a apropriação do corpo da mulher como objeto da sociedade de consumo, jamais poderia ser melhor aplicado do que a ela. Ainda que toda a conotação, normalmente sexual, deste consumo não se aplique aqui.

Nascida em alguma pocilga decadente, ou mesmo na sarjeta da Estrada, onde foi encontrada enrolada em seu cordão umbilical e panos sujos, esta garota não conhece seus pais, não tem documentação. Oficialmente não existe. Se esta criatura desafortunada pôde permanecer viva, isto deve-se a falta de humanidade mais do que alguma caridade.

Criada em laboratório após ter sido recolhida, o experimento H99 - sua identificação no sistema - foi acidentalmente nomeada por um dos assistentes como Lunia. O evento, que não foi visto com bons olhos, ocorreu por motivos passionais, sendo a escolha baseada no fascínio da mesma pelas imagens de céus noturnos, filtradas pela equipe. Mais, a derrapada nas regras rendeu ao assistente um lábio mordido, na sua vã tentativa de iniciar um prelúdio de coito, e sua remoção permanente da equipe.

Lunia conhece somente duas categorias de humanos: os pesquisadores de jalecos e cartões de identidade e as outras cobaias com códigos de barra e praticamente nuas. Seu mundo restringe-se ao seu apertado compartimento de paredes de vidro, aos corredores e salas de teste e de procedimentos daquele laboratório. Do grande mundo, do restante do Universo, o experimento H99 conhece muito pouco, de forma fragmentária, quase que uma miragem em sua mente infantil e desperdiçada. Cenas manipuladas em testes da WIRED. Cartões holográficos. Objetos trazidos por algum novo assistente. Pedaços de conversas ouvidos fortuitamente.

Não sabe escrever, e sua leitura é somente básica, bastante pobre. Se houve o intento de ensiná-la, foi somente para avaliar suas capacidades e poder submetê-la a certos testes, especialmente de memorização e associação de palavras mediante uso de certas drogas e/ou procedimentos.

Pouco mais que um dos outros animais, igualmente mantidos ali sob o mesmo propósito.
[Noir ~character file]

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